Quem vive no meio da Engenharia de Alimentos geralmente está acostumado a experimentar (ou melhor, “analisar sensorialmente”) as invenções mirabolantes que os alunos desenvolvem dentro da universidade. Quantas vezes já não provamos algum produto dentro do laboratório e pensamos “nossa, isso é tão bom que até merecia um prêmio!”.

Pois é. O Product Development Competition é um evento norte-americano promovido pelo Institute of Food Technologists e pela MARS, que premia anualmente os melhores projetos desenvolvidos por alunos de universidades espalhadas por todo o país.

A última edição aconteceu em Junho de 2014, na cidade de Nova Orleans. Confira aqui os três primeiros colocados!

1º lugar: “Popples”, da Cornell University

Um crocante snack sabor maçã, coberto por uma camada deliciosa de caramelo e pasta de amendoim. Apesar dessa descrição já contar muitos pontos, a inovação que “comprou” os jurados se dá ao fato de ser utilizado bagaço da maçã (um resíduo do processamento de suco) para produzir o petisco.

Desse modo, Popples promete ser uma rápida e generosa fonte de fibras e proteína, além de todos os nutrientes naturais da maçã. O processamento é feito através de extrusão com uso de gás carbônico supercrítico, o que, segundo os desenvolvedores, confere textura única e aumenta a retenção de nutrientes.

Vale notar também que este foi o terceiro ano consecutivo que representantes da Universidade de Cornell são vencedores do concurso!

2º lugar: “Walking Wok”, da University of Wisconsin – Madison

Ahh a culinária chinesa... Como seria o mundo sem suas guloseimas? Se nós, brasileiros, já adoramos o yakissoba e seus agregados, o que dizer então dos norte-americanos! O time UW elaborou uma espécie de tortilla sem glúten frita, recheada de frango e vegetais, que fica pronta em poucos segundos dentro do micro-ondas.

Segundo os criadores, a maior dificuldade no projeto esteve na formulação ideal da massa sem glúten. Foram necessárias muitas pesquisas em blogs especializados, até se chegar por volta de 10 combinações para serem testadas. O produto final tem sete ingredientes: farinha de arroz integral, farinha de sorgo, farinha de batata doce, farinha de arroz glutinoso, farinha de tapioca, farinha de arroz, e amido de milho. Ufa!

3º lugar: “Frisson”, da McGill University (Canadá)

Esta é a primeira vez em muitos anos que uma equipe canadense aparece entre os finalistas. E a genial concepção da sobremesa gelada Frisson faz jus a esse retorno. Trata-se de um alimento tipo sorbet, que incrivelmente pode ser armazenado em temperatura ambiente! Perfeita solução para aquelas pessoas que voltam do mercado com muitas sacolas e acabam sofrendo com falta de espaço no congelador.

E como funciona?

Para ficar pronto para consumo, é preciso primeiro violar um lacre da embalagem e agitar por alguns instantes. Em seguida, coloca-se o produto no freezer. Basta, então, esperar algumas horas para que Frisson fique geladinho, suave, cremoso e refrescante, do jeito que um sorbet deve ser!

Um dos segredos por trás da invenção é a presença de óxido nitroso (comumente conhecido como “gás do riso”). Enquanto a embalagem permanece não violada, a mistura líquida se mantém estável. Após entrada de ar e agitação, a substância gera pequeníssimas bolhas que, quando congeladas, ajudam a dar a textura ideal.

Outro ponto importante é a adoção de uma complexa combinação de açúcares naturais, de longa e curta cadeias (entre eles, xaropes de milho e agave, e amido de araruta). Toda essa cautela na escolha dos ingredientes foi necessária para que o doce não se transformasse apenas num grande bloco de gelo ao congelar.

Por fim, os criadores asseguram que a sobremesa se adequa a vários públicos de dietas restritas: Frisson é totalmente de origem vegetal, sem glúten, sem lactose, sem colesterol, além de apresentar alto teor de fibras para um alimento congelado.

E aí, qual das três inovações te agradou mais? Quais estariam na sua dispensa? Compartilhe com a gente!

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